"Trabalhos Involuntários" no Sesc Ipiranga POR Elizabeth Wright
Proposta inicial
Ao longo do tempo, será que edifícios assumem as características de seus ocupantes, como seus usuários deixando vestígios de si? Ou será que os habitantes coletivamente representam o edifício? Como poderíamos registrar as impressões e marcas que se materializaram de 1954 a 2016 no tecido do espaço do Sesc Ipiranga? A expressão “Trabalhos Involuntários” foi utilizada pela primeira vez pelo fotógrafo franco-húngaro Brassaï para se referir ao uso e manipulação de objetos cotidianos, como bilhetes de ônibus e pãezinhos, fotografados em extremo close, e assim tornando-se esculturas fotográficas ‘involuntárias’ (conforme publicado na revista Minotaure)1.
Como podemos encontrar exemplos onde os tecidos e espaços do edifício tenham sido esculpidos por meio de ações cotidianas, permitindo que seus usuários se engajem em um intercâmbio escultural “involuntário”? As formas de registrar e reagir a Trabalhos Involuntários – Sesc Ipiranga serão tópicos de nossa discussão e oficina. Tanto as esculturas como esse processo serão exibidos e divulgados também por meio de um website.
Elizabeth Wright, Artista e professora universitária, líder da área de 3D do Curso de Graduação em Artes Plásticas da Central Saint Martins.
1. As fotografias das Esculturas Involuntárias de Brassaï foram publicadas nas edições 3-4 da Minotaure, uma revista voltada ao surrealismo publicada entre 1933 e 1939.